Presidente da FPA destacou, ainda, que não existirá acordo com o governo sobre a derrubada de vetos do marco temporal.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se reuniu, nesta terça-feira (31), para abordar assuntos de repercussão nacional que, há anos, seguem em debate no Congresso Nacional. Tanto a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 45/2019) que altera o Sistema Tributário Nacional, quanto a derrubada dos vetos ao projeto de lei que trata do Marco Temporal para demarcação de terras (PL 2903/2023), foram objetos de ponderações dos parlamentares.

Para o presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), o relatório da reforma tributária no Senado Federal veio sem surpresas. Apesar disso, ele ressalta que a bancada não vai aceitar qualquer movimento que aumente a carga tributária e estarão vigilantes quanto a isso.

“Mantivemos o que avançamos na Câmara em relação ao setor. Temos uma preocupação sobre a distribuição de valores do fundo constitucional e provavelmente a Câmara vá modificar isso”, explicou o parlamentar. Lupion disse ainda que, por enquanto, “o texto está razoável”.

Segundo o deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB-MG), um dos principais interlocutores do setor produtivo com o GT da reforma, é muito importante proteger o texto da reforma tributária com benefícios para o setor. Para ele, é fundamental argumentar a importância do setor para o desenvolvimento do país.

“Temos que combater as falácias com os ótimos argumentos. A nossa competição não é contra outros setores da nossa economia, mas com o agro de outros países. Precisamos garantir o agro brasileiro com a força que merece”, destacou.

 

Vetos Marco Temporal

Convidado para uma reunião no Ministério de Relações Institucionais na noite de ontem, Pedro Lupion esclareceu que foi chamado para negociar a derrubada de vetos presidenciais. Em especial, os vetos do marco temporal. Ele afirma que o período de negociação está superado e que o governo sabe que a FPA possui força para mudar o destino de todas as matérias.

“O tempo já passou para esse tipo de negociação. Se queriam um projeto de lei, que não vetassem o nosso”. Para Lupion, o problema caiu no colo do presidente da República que, segundo o líder da FPA, não tem dinheiro para pagar as indenizações prévias como julgou o STF.

“Vamos manter a nossa estratégia e votar os vetos no dia 9 de novembro. Vamos derrubar e aprovar as PEC’s 48 no Senado (define marco temporal de demarcação das terras) e a 132 na Câmara ( indenização em áreas indígenas) para constitucionalizar o assunto”.

 

Seguro Rural

Mais uma negociação com o governo, que se transformou em promessa descumprida, desagradou o líder da bancada. De acordo com Lupion, a negativa do governo a respeito do seguro rural é mais um passo para que o Plano Safra fique completamente prejudicado.

“Recebemos a notícia da negativa do seguro agrícola sem surpresas. É mais uma promessa desse governo com o nosso setor que não é cumprida. Estamos falando de um corte de R$ 140 milhões, de mais um anúncio de R$ 500 milhões que não vai mais acontecer e de R$ 1,5 bilhão que foi prometido e não há previsão. O Plano Safra fica completamente prejudicado”, finalizou Pedro Lupion.

Redação/foto: Valor Econômico

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