O El Niño vai trazer impactos reais no desenvolvimento da safra de soja brasileira. Ao Norte e Nordeste podem ser registradas redução nas precipitações, enquanto no Centro-Oeste a previsão é de irregularidade nas chuvas, mas com bom volume na fase de desenvolvimento. Segundo Juliano Ribeiro, engenheiro agrônomo e gerente de produto na Produce, nesta próxima safra de soja, que se inicia em setembro, o agricultor precisa entender que a água necessária para o plantio virá, só que de forma mais espaçada. Então, ter os insumos e o maquinário prontos, para plantar e colher no momento certo, será determinante, assim como optar por insumos de qualidade. O agricultor deve se atentar ao calendário irregular e planejar suas ações na lavoura.

Ribeiro ainda ressalta que, existem técnicas que podem contribuir a mitigar os impactos desse fenômeno, como a condução da safra de inverno atual. “O cuidado do solo com plantio de segunda safra, podem ajudar a minimizar estes efeitos, que podem vir com o El Niño. A palhada gerada pela colheita da safra de inverno, ajuda a diminuir a temperatura do solo, manter a umidade por mais tempo e diminuir a força com que a chuva possa cair e arrastar nutrientes. O plantio de mix de cobertura ajuda na ciclagem de nutrientes e na aeração de solo, contribuindo com a penetração da água”.

O risco climático, estimulado pelo El Niño, deve elevar também a busca por seguro no segundo semestre deste ano. Para o corretor de seguros agrícolas Danilo Criveli, “É a alternativa que dará segurança aos agricultores. Apesar de um mercado mais retraído no primeiro semestre, a partir da segunda quinzena de julho, ou agosto, acreditamos em um maior dinamismo, ainda que a subvenção esteja menor neste ano. A expectativa é de aumento pela busca por essa ferramenta”, explica o representante da Agrotech, empresa parceira da Produce.

Apesar do El Niño, uma das recomendações dos especialistas é a avaliação do calendário meteorológico dos anos anteriores. Segundo o último boletim da safra de grãos da Conab, na safra de soja 2022/2023, entre setembro e novembro, o estado de Mato Grosso apresentou falta de chuvas nas fases de semeadura, emergência, desenvolvimento vegetativo e floração. Já no instante de maturação e colheita, foi constatado excesso de precipitações, principalmente no Norte do estado. O cenário foi muito semelhante em Mato Grosso do Sul, mas com excesso de chuvas também na fase de enchimento de grãos, com maiores registros em fevereiro. Já em Goiás, os meses mais críticos foram novembro e dezembro, faltando chuva na semeadura, na emergência das plantas, no desenvolvimento vegetativo, na floração e no enchimento de grãos, enquanto em fevereiro sobrou chuva no sul goiano, durante a maturação e colheita da safra.

Redação/foto: Jornal Opção

0 Comentários

Deixar um comentário

Não se preocupe! Seu email não sera publicado. Campos obrigatórios estão marcados com (*).