Com o intuito de controlar a transmissão sanitária da influenza aviária H5N1, que ocorre no país, o governo da Bahia publicou no Diário Oficial do último sábado (22), um decreto de emergência zoossanitária. O anúncio foi resultado de um acordo nacional entre o Ministério da Agricultura e da Pecuária (MAPA) e os 27 governadores de estado. A doença tem afetado aves silvestres migratórias e de subsistência em alguns estados do Brasil.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Brasil é líder nas exportações de carne de frango para o mundo, respondendo por 35% do mercado global, e um dos únicos países que ainda se mantém com o status de livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (Gripe Aviária) em aves comerciais, conforme protocolo da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Segundo o ministério, o controle da situação pandêmica tem sido possível graças a um sistema de defesa sanitária reconhecido internacionalmente.

Do total de 2,629 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil entre janeiro e junho deste ano, o Japão foi o destino de 219,8 mil toneladas, número 8,5% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Para o governador do estado, Jerônimo Rodrigues, o decreto de emergência zoossanitária é uma medida importante para controlar a doença e minimizar os efeitos na economia regional e nas relações com o comércio internacional:

“Essa ação articulada entre os estados e o governo federal é um jeito de mostrar nossa responsabilidade com a produção de aves e respeito aos grandes produtores. Mas, também, à produção em pequena escala, que vai desde o produtor de quintal a uma granja de menor porte. Ou seja, ao sistema da produção de alimentos e à economia nacional”, Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia.

 

Rota Nordeste Atlântica

A Bahia também faz parte de uma das principais rotas migratórias de aves silvestres que atravessam o continente. A Rota Nordeste Atlântica tem Mangue Seco, Baía de Todos-os-Santos, Cacha-Prego, Baía de Camamu, Barra Velha, Ilha da Coroa Vermelha, Corumbau e Ponta do Curral como lugares de agregação de aves.

O primeiro caso registrado, no entanto, foi no Espírito Santo, em maio. Na Bahia, a primeira contaminação foi notificada no dia 17 de junho e, até o momento, mais três casos foram registrados. Todos em aves silvestres trinta-réis-real nas cidades de Caravelas (1), Alcobaça (1), Prado (1) e Porto Seguro (1).

De acordo com informações do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), desde o primeiro caso no país, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e o MAPA intensificaram a vigilância e o monitoramento das aves no estado. A Sesab, através da Vigilância Epidemiológica e da CIEVS, também tem acompanhado as pessoas expostas às aves, fazendo testagem.

Segundo o governo da Bahia, para apoiar os estados, o MAPA vai disponibilizar um recurso de R$ 200 milhões no controle e combate da Influenza Aviária, além disso, uma portaria também foi publicada e já está sendo usada para orientar os gestores sobre os trabalhos que estão sendo realizados, a partir de agora, para erradicação da doença.

 

Transmissão para humanos

Segundo análises divulgadas pelo Ministério da Saúde, o vírus não infecta humanos com facilidade e, em ocorrências registradas em outros países, a transmissão de pessoa para pessoa não foi sustentada.

Para haver contaminação é necessário um contato muito próximo entre o animal e o ser humano. Por isso, as autoridades alertam que a população não devem manipular aves encontradas mortas ou debilitadas.

Redação/foto: Infoescola

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