Leite A2 torna-se uma das melhores opção para quem sofre de desconforto gastrointestinal.

O leite é um dos alimentos mais nobres e acompanha todo o ciclo de vida do ser humano. Entretanto, este produto inserido no cotidiano, principalmente no café da manhã, mesmo sendo sinônimo de saúde, também pode ocasionar alguns problemas digestivos em uma parcela da população.

Não há um estudo oficial, mas uma estimativa aponta que cerca de 70% dos brasileiros sofrem algum desconforto gastrointestinal com o consumo de leite e seus derivados.

Um exemplo é da veterinária Liliane Lopes, mãe do pequeno Antônio de apenas um ano, que percebeu ainda cedo, que o filho estava tendo problemas no momento de defecação.

“Até os 11 meses, ele não tinha nada, de repente começou a ter fezes mais moles e fazendo mais vezes durante o dia. O pediatra me indicou a mudar o leite para o sem lactose. Na mudança, tomou por 15 dias, mesmo assim continuou o problema”, relembrou Liliane Lopes.

A veterinária levou em outro profissional e com exame detalhado foi possível constatar que a criança possui intolerância à caseína e à lactoglobulina, que são proteínas do leite. A recomendação médica, no entanto, foi a substituição do alimento para outros tipos de produtos que se assemelham à bebida láctea.

“A indicação dos médicos era o consumo de leite de soja, amêndoas e arroz, mas eles são extratos de plantas e não são leite. Eu fiz o teste do leite A2 e ele melhorou. Hoje, ele toma só leite A2 e quando come algo de leite, que não é A2, volta a ter o problema”, destacou.

A nutricionista da Coordenadoria de Segurança Alimentar da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Sizele Rodrigues, explica que este problema é muito comum logo nos primeiros anos de vida.

“A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é o tipo de alergia alimentar mais comum nas crianças até três anos de idade e é caracterizada pela reação do sistema imunológico às proteínas do leite, principalmente à caseína e às proteínas do soro”, disse a nutricionista.

Sizele Rodrigues ainda ressalta que pesquisas realizadas sobre esta variedade trouxeram resultados positivos, mas é de suma importância manter a constância para novas descobertas e afirmações.

“Alguns estudos já sugerem diversos benefícios na troca do consumo do leite comum pelo A2, que pode fortalecer a imunidade e evitar o aumento da inflamação e dos problemas gástricos. Esse tipo de leite pode sim ser uma alternativa para pessoas com maior sensibilidade no sistema digestivo por ser notoriamente de mais fácil digestão”, concluiu.

Estudos e Pesquisas

Vale ressaltar que a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ), instituição de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), foram primordiais com os estudos iniciais do Leite A2.

A metodologia, desenvolvida no Laboratório de Genética do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Genética e Biotecnologia do IZ, permite constatar a presença de leite bovino em leite ou derivados comercializados como exclusivamente de búfala, cabra ou ovelha.

Segundo o pesquisador Anibal Eugênio Vercesi Filho, é possível ainda identificar as vacas que produzem leite tipo A2, indispensável no manejo genético e formação de rebanho para produção desse leite.

De acordo com o especialista, o processo não demanda um investimento tão alto ao produtor, a partir do teste genotipagem do animal, em laboratórios especializados, e a certificação do leite por empresas certificadoras.

“No laboratório, fazemos a genotipa dos animais por meio de PCR convencional e os produtos por PCR em tempo real. Essas metodologias de genética molecular permitem identificar os genes. Sendo que o convencional é qualitativo, ele apenas diz qual é o gene e em tempo real quantifica”, explicou Anibal Vercesi.

O que é o leite A2?

Segundo a nutricionista, Sizele Rodrigues, aproximadamente 45% das proteínas do leite são β-caseína.

Os leites comuns contêm uma mistura de variantes A1 e A2 da beta-caseína. O tipo A1 é conhecido por levar à formação de um peptídeo altamente inflamatório, conhecido como BCM-7, no processo de digestão.

Diferentemente, os leites A2 possuem exclusivamente a beta-caseína A2 que não forma essa substância.

Da: Redação/foto: Rural Pecuária 

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