Em novembro, os mercados de soja em Chicago e no Brasil registraram movimentações significativas, impulsionadas por fatores internos e externos. A Bolsa de Chicago viu o contrato de primeiro vencimento da soja valorizar-se em 4,5%, atingindo USD 13,24/bu. No Brasil, a melhora dos preços externos resultou em uma valorização da oleaginosa na maioria das praças, com destaque para Sorriso, onde a saca subiu 1,5% para R$ 119,8. No entanto, o cenário em dezembro apresenta uma desaceleração na valorização, com o prêmio de exportação subindo timidamente, cotado em cUSD -52/bu para vencimento março/24. Esse movimento é atribuído à diminuição do ritmo de compras da soja brasileira pela China, que enfrenta margens de suínos comprimidas.

A preocupação com o plantio e desenvolvimento da safra na América do Sul, especialmente no Brasil, impactou os preços em novembro. Em dezembro, a expectativa de chuvas favoráveis na segunda quinzena do mês e a desvalorização da moeda argentina contribuíram para a desvalorização dos preços em 2,3%, atingindo USD 13,11/bu.

No âmbito internacional, as projeções do USDA reduziram a safra do Brasil para 161 milhões de toneladas, enquanto a projeção para a safra 2023/24 é de 153 milhões de toneladas. A retomada da produção argentina é essencial diante da incerteza na produção brasileira.

O mercado de farelo de soja em Chicago retornou à normalidade após esmagamentos recordes. O otimismo aumenta com a safra na Argentina, impactando a oferta de derivados para 2024. No entanto, a falta de farelo argentino mantém os preços futuros pressionados.

O mercado do óleo de soja nos EUA apresenta estoques menores e preços baixos, refletindo a queda nos RINs relacionados ao programa de mistura de biocombustíveis. As margens de esmagamento podem prejudicar o início de 2024, mas a expectativa é de alta produção para atender à demanda interna.

O CNPE anunciou o aumento mandatário de biodiesel em 2% para 2024, com B14 a partir de março/24. Isso impactará as exportações do óleo de soja, que devem diminuir. As margens de esmagamento em Paranaguá estão negativas para jan/24, apresentando desafios para a indústria esmagadora no início do próximo ano.

Por fim, o mercado de óleo de palma reagiu positivamente ao anúncio indiano de manutenção de alíquotas menores de importações de óleos comestíveis até março/25, beneficiando as refinarias e impulsionando a demanda.

O mercado de soja e seus derivados enfrenta uma série de desafios e oportunidades à medida que avançamos para 2024, com a atenção voltada para as condições climáticas, as decisões de plantio e os desdobramentos geopolíticos que impactam diretamente o setor.

Redação/foto: (arquivo/reprodução)

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