As cotações do milho, em Chicago, recuaram nesta semana, com o bushel do cereal  fechando a quinta-feira (31) em US$ 4,61, para o primeiro mês cotado, contra US$ 4,72  uma semana antes. O valor do fechamento deste dia 31/08 foi o mais baixo, para o  primeiro mês cotado, desde o dia 28/12/2020, ou seja, há quase três anos.

Este movimento acontece mesmo com uma redução para 56% das lavouras entre boas  ou excelentes condições nos EUA, contra 54% no ano anterior. Isso até o dia 27/08,  data em que, igualmente, 88% das lavouras estadunidenses de milho estavam na fase  de formação de grãos.

Por outro lado, os embarques estadunidenses de milho, na semana encerrada em 24  de agosto, foram de 597.144 toneladas, levando o volume total, até o momento, no  atual ano comercial, para 36,8 milhões de toneladas, contra mais de 54 milhões em  igual momento do ano anterior.

E aqui no Brasil, os preços ficaram estáveis, porém, com viés de baixa novamente. A  média gaúcha fechou a semana em R$ 53,28/saco, enquanto as principais praças do  Estado negociavam o produto a R$ 52,00. Já nas demais praças brasileiras, o preço do  cereal oscilou entre R$ 35,00 e R$ 54,00/saco.

Para referência, na B3, o fechamento do dia 30/08 indicou recuo de preços, com os  primeiros contratos oscilando entre R$ 53,05 (setembro/23) e R$ 64,40/saco (março/24). 

Neste contexto, as primeiras projeções privadas para a safra 2023/24 dão conta de uma safra total de milho, no Brasil, ao redor de 133 milhões de toneladas, contra as  atuais 133,2 milhões cuja colheita caminha para o final. A futura área total de milho  nacional chegaria a 22,6 milhões de hectares, com a semeadura da safra de verão já  tendo iniciado em algumas regiões. Neste novo ano há menos interesse em semear  milho, devido aos preços baixos.

Especificamente no Rio Grande do Sul, a Emater local indica que se poderá produzir  6,1 milhões de toneladas de milho em 2023/24, com um aumento de 53,2% sobre a frustrada safra passada. Obviamente, essa projeção está centrada em clima favorável  graças ao advento do El Niño. Consta que o Estado gaúcho possa vir a ser o maior  produtor nacional de milho de verão. Dito isso, a nova área de milho gaúcha chegaria a  817.500 hectares, com recuo de 0,7% sobre o ano anterior.

O mercado interno continua recebendo pressão da colheita da safrinha, além dos  custos dos fretes, que estão muito elevados, em função de maior demanda por cargas  do cereal e do aumento nos preços do diesel.

Em termos de colheita da safrinha, a mesma chegava a 83% da área neste final de  agosto (24/08) no Centro-Sul brasileiro, contra 94% no mesmo período do ano  passado. “Além do plantio tardio, do alongamento do ciclo das lavouras e/ou da  lentidão na perda de umidade dos grãos, o atraso da colheita agora conta com mais um  motivo: a logística complicada entre as lavouras e os armazéns. Em algumas áreas, os  produtores se queixam da pouca disponibilidade de caminhões e das filas para entrega  nos armazéns.”

Já o plantio do milho de verão, no Centro-Sul brasileiro, chegava a 7,5% na mesma  data, contra 4,6% na semana anterior e 5,1% um ano atrás. Além do Rio Grande do Sul  e de Santa Catarina, o Paraná iniciou o mesmo.

Por sua vez, a Conab indicou que 84% da área de safrinha já havia sido colhida no  início da presente semana, contra 93,8% no mesmo período do ano anterior. Os  Estados mais adiantados são Piauí, Tocantins e Mato Grosso (100%), Maranhão  (99%), Goiás (97%), Minas Gerais (87%), São Paulo (60%), Mato Grosso do Sul (59%)  e Paraná (48%). 

E no Mato Grosso, o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) confirma que o preço médio do milho naquele Estado está 44,8% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. A média de preço era de R$ 34,23/saco na semana do dia 25 de agosto, contra a precificação média de R$ 62,05/saco nesta  mesma época de 2022. O Mato Grosso colheu 51,03 milhões de toneladas de milho  neste ano, com negociações muito atrasadas, as quais pressionam os preços para  baixo.

Já no Paraná, segundo o Deral, a safrinha estava colhida em 48% da área neste final  de agosto, sendo que 77% das lavouras a colher estavam em boas condições.  Paralelamente, o plantio da nova safra de verão atingia a 9% da área esperada.

Enfim, no Mato Grosso do Sul a Famasul indicou que, até o dia 25/08, a colheita local  da safrinha chegava a 54% da área, contra 78,5% na média histórica para esta época. Por sua vez, fortes vendavais ocorridos entre o 12 e o 20 de agosto, naquele Estado, comprometeram 15.000 hectares de milho. Mesmo assim, por enquanto, as projeções  iniciais de produção ainda não foram alteradas, com o Estado estimando uma  produtividade média de 80,3 sacos por hectare, totalizando uma produção projetada de  11,2 milhões de toneladas, o que seria 12,3% menor do que o registrado no ano  anterior. Já o preço do saco de milho se valorizou um pouco entre os dias 21 e 28 de  agosto, passando à média de R$ 38,31. Até o dia 25/08 apenas 37,8% da safra  estimada havia sido comercializada.

Redação/foto: Mais Soja

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