Produtores de soja seguem em alerta devido a queda nos preços
O mercado brasileiro de soja permanece estável, mas com uma
tendência de baixa à medida que a colheita progride e as chuvas retornam ao sul
do país. As estimativas iniciais apontavam para uma safra nacional acima de 160
milhões de toneladas, com um potencial total ainda mais elevado. No entanto, a
realidade mostra números inferiores, com estimativas variando entre 149 milhões
(Conab) e 154 milhões de toneladas (analistas privados).
De acordo com a análise de mercado da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), no estado do Rio Grande do Sul, a colheita ainda não teve início, enquanto no Paraná a expectativa é de uma redução de 12% na produção em comparação com as projeções iniciais. Já no Mato Grosso, principal produtor brasileiro, a colheita atingiu 51,5% da área, abaixo da média histórica, devido aos desafios climáticos.
A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) nacional emitiu um alerta aos agricultores sobre a atual conjuntura. Com os preços abaixo dos R$ 100,00 por saco, a redução média da receita chega a 33% em comparação com o ano anterior, impactando as margens de lucro e gerando preocupações em diversas regiões do país.
Já no Mato Grosso, embora a comercialização da safra atual tenha alcançado 40,6%, os produtores estão cautelosos devido aos preços baixos e às perdas climáticas. O preço médio de venda do saco de soja no estado registrou um recuo de 1,18% em relação a janeiro, o que desacelerou as vendas. Além disso, a comercialização da safra futura (2024/25) está significativamente abaixo da média histórica para esta época do ano.
Quanto às exportações, estima-se que o Brasil embarque 7,3 milhões de toneladas de soja em fevereiro. No entanto, o número de navios aguardando para carregar atinge 11,5 milhões de toneladas, destacando a necessidade de acelerar os embarques para atender à demanda internacional. A exportação de farelo de soja também apresenta um aumento significativo em relação ao ano anterior, refletindo a dinâmica do mercado global.
Redação/foto: Opta Alimentos
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