A China reafirmou nesta segunda-feira seu apoio à entrada de novos países no grupo Brics de nações em desenvolvimento, mesmo com a provável próxima ministra das Relações Exteriores da Argentina dizendo que seu país não o faria.

A Argentina está entre os seis países convidados a se tornarem novos membros do Brics em uma cúpula realizada na África do Sul em agosto, parte do esforço do grupo para remodelar uma ordem mundial dominada pelo Ocidente que considera ultrapassada.

No entanto, segundo a agência de notícias russa RIA, Diana Mondino, economista cotada para se tornar ministra das Relações Exteriores da Argentina no governo do recém-eleito Javier Milei, disse que seu país não se juntaria agora ao Brics.

Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, afirmou em uma coletiva de imprensa que não estava ciente dos comentários de Mondino.

"O que eu quero dizer é que o mecanismo de cooperação do Brics é uma plataforma importante para que os mercados emergentes e os países em desenvolvimento fortaleçam a solidariedade e a cooperação e defendam interesses comuns", disse Mao.

"O Brics também é uma plataforma aberta e damos as boas-vindas a qualquer país interessado em se tornar membro da família Brics."

Milei, um libertário de direita que criticou duramente a China e o grupo Brics, foi eleito novo presidente da Argentina no domingo.

Milei e Mondino manifestaram oposição à entrada da Argentina no bloco, que também inclui Brasil, Rússia, Índia e África do Sul.

"Não entendemos qual é o benefício (de entrar para o Brics) para a Argentina no momento. Se, mais tarde, for constatado que há um benefício, nós analisaremos", disse ela à agência de notícias RIA.

China e Rússia estão pressionando pela expansão do grupo Brics, conforme buscam combater o domínio econômico do Ocidente.

Arábia Saudita, Irã, Etiópia, Egito e Emirados Árabes Unidos são os outros cinco países convidados na cúpula de agosto para participar do Brics.

Redação/foto: Jovem Pan

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