A Petrobras poderá elevar o fator de utilização (FUT) médio do seu parque de refino para acima de 95%, enquanto busca aumentar a oferta de combustíveis no Brasil e evitar a volatilidade externa de preços, afirmaram executivos da companhia nesta sexta-feira.

Entre abril e junho, o FUT médio das refinarias da Petrobras atingiu 93%, maior nível desde o terceiro trimestre de 2015, ressaltou o diretor executivo de Processos Industriais e Produtos, William França.

Nesse cenário, a companhia bateu recordes de produção de diesel em junho e julho e baterá novamente em agosto, destacou o executivo, ao participar de conferência com analistas de mercado sobre os resultados financeiros da empresa.

"Estamos conseguindo um resultado de utilização muito bom, a nível das melhores refinarias americanas, na faixa de 93% a 95%", disse França, pontuando que as cargas máximas das refinarias são definidas em planejamento e são ajustadas e autorizadas pela reguladora ANP.

"Em função do próprio planejamento, nós temos condições de trabalhar na faixa de 95%, talvez até um pouquinho mais, mas tudo em função da demanda da nossa estrutura de logística."

 

 

PREÇOS DE COMBUSTÍVEIS

Durante a reunião, o diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados, Claudio Schlosser, afirmou que a companhia otimizou ativos de refino e logística para praticar preços de combustíveis mais competitivos, e tem complementado a oferta com importação "pontual" para atender compromissos com clientes.

Questionado sobre a expectativa do mercado para novos reajustes de preços da Petrobras, diante do avanço de valores no exterior, Schlosser reiterou que a estratégia comercial da empresa busca a competitividade, a garantia de geração de valor e evitar a volatilidade externa.

"Nós seguimos monitorando diariamente o mercado e, quando necessário, eventuais reajustes serão realizados dentro da nossa estratégia comercial e, obviamente, por questões concorrenciais, nós não podemos antecipar essas decisões", afirmou.

A Petrobras, segundo ele, observa atualmente "grande incerteza" no mundo em relação à economia global e à oferta de petróleo, o que aumenta a volatilidade de preços.

Ao mesmo tempo, a petroleira calcula que, em julho, o diesel russo, que tem chegado ao Brasil com preços muito baixos, respondeu por mais de 80% da importação de terceiros do país.

O diesel russo, que sofre sanções por conta da guerra na Ucrânia, encontrou mercado importante no Brasil, chegando aos portos brasileiros até mesmo mais barato que o produto da Petrobras. Distribuidoras de combustíveis têm aproveitado o valor mais baixo para realizar importações.

Redação/foto: Poder 360



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