O artesanato, que inclui atividades manuais como crochê, pintura, tricô, tecelagem, cerâmica, bordado, entre tantos outros, tem poder de aliviar o estresse e, em muitos casos, tem ajudado no tratamento de depressão e ansiedade. O encontro de mulheres que praticam essas atividades tem sido o conforto para aquelas que ainda, por vergonha ou medo, não procuraram ajuda de um profissional.

Na Casa de Sarita, por exemplo, algumas mulheres que estão fazendo o curso de Artes Finas, buscaram a atividade como forma de melhorar o convívio social, bem como para cuidar da saúde mental. “Sem sombra de dúvidas que o artesanato tem o poder de envolver as pessoas que acabam tendo resultados positivos ao terminar as aulas, outras voltam para realizar novos cursos. Algumas chegaram sem perspectivas e hoje participam de todas as atividades realizadas neste local, inclusive nas áreas terapêuticas e psicológicas”, relatou a instrutora de artesanato, Carmelita Mendes Teixeira.

Ela conta que muitas fazem a inscrição, entram na sala de forma silenciosa, mas com o passar dos dias começam a quebrar o gelo e passam a interagir com as outras participantes. “Nosso objetivo é ensinar as técnicas de cada atividade a ser realizada, mas no decorrer das atividades tem aquelas alunas mais soltas que acabam dando uma dinâmica maior nas aulas, daí a risada é certa e todos acabam sendo envolvidos por essa energia positiva, e a criação manual acaba sendo uma forma de aliviar o estresse”.

A aluna Franciele de Souza Pereira, moradora do bairro Residencial Jacarandá disse que a Casa de Sarita é um lugar maravilhoso não só para ela como para as demais integrantes. “É um lugar onde a gente pode vir para ter um momento nosso, não só para aprender, mas para interagir com outras mulheres, e isso é muito gratificante”.

Maria Joani, moradora da região central, também está participando do curso de Artes Finas há três semanas e desde o primeiro dia sentiu um ambiente bom, na Casa de Sarita. “Sou grata a Deus e a essa gestão por essa oportunidade. Aqui é um local acolhedor, a gente aprende uma atividade, bate papo, troca confidências e dá um abraço afetuoso.  Compartilhamos os problemas uns dos outros e nos apoiamos também. Para aquelas que não conhecem a casa, peço que venham conhecer”.

Muito introspectiva, Nilza Nunes chegou na Casa de Sarita para fazer o curso de Artes Finas, porém as colegas comentaram que não conseguiam no começo das aulas ouvir a sua voz e que depois de três semanas, ficaram surpresas de a verem cantarolar. “Vim fazer o curso para aprender um pouco e ter um ganho para mim. Estou separada há cinco anos e aqui está sendo muito bom para mim, conviver com essas mulheres”.

A secretária de Assistência Social, Ana Cristina Vieira disse que a pandemia da Covid-19 causou apreensão em todos e que muitas pessoas buscaram na criação manual, uma forma de aliviar o estresse e acabaram por ter interesse pela área artística. “E a Casa de Sarita oferta de forma gratuita, várias atividades artesanais. Muitas chegam sem experiência nenhuma e acabam aprendendo a fazer arte de mão cheia. Mais que aprender um ofício, vários cursos realizados aqui têm produzido em muitas mulheres autoestima, relaxamento, convívio social e até diminuição de ansiedade. Muitas chegam com cicatriz na alma, mas aos poucos vão tendo a oportunidade de buscar apoio, seja nas companheiras de cursos ou de profissionais da área de saúde que atendem na unidade, a exemplo de terapeutas, psicólogas”.

A gestora lembra ainda que essa é a proposta da Casa de Sarita, de atender a esse público em especial, e que muitas vezes não tem condições de custear um tratamento especializado. “As mulheres na Casa de Sarita são acolhidas de todas as formas. Muitas chegam nessa unidade para fazer uma determinada atividade e acabam depois buscando outros serviços. Quanto ao artesanato ser uma ajuda no tratamento para a depressão e ansiedade, eu acredito que sim porque já ouvimos relatos de muitas mulheres que já passaram por aqui”.

Assessoria

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