A primeira semana de outubro promete temperaturas extremas em varias regiões do país
A primeira semana de outubro reserva uma série de contrastes no clima para o Brasil, com mudanças significativas nas condições meteorológicas em diferentes regiões do país. Enquanto uma intensa frente fria se forma na região Sul, prometendo chuvas abundantes, a metade norte experimenta o reforço de uma massa de ar quente e seco. Essa situação climática traz consigo a possibilidade de eventos adversos, como queda de granizo, vendavais, chuvas intensas e atividade de raios, especialmente nas áreas que abrangem do norte do Rio Grande do Sul ao Sul do Paraná.
Temperaturas extremas e onda de calor
Uma projeção matemática norte-americana GFS-NOAA destaca temperaturas extremas para a região Centro-Oeste, com valores previstos que chegam a impressionantes 48°C na tarde de sexta-feira (06/10) ao norte de Corumbá (MS). Embora esses valores sejam extremos e não devam se concretizar completamente, eles servem como um alerta para a intensidade da onda de calor que afeta essas áreas do país. Portanto, é essencial que todos estejam preparados para enfrentar essas variações climáticas significativas na primeira semana de outubro.
De acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) as temperaturas devem acima da média para o mês na maior parte do Brasil. É esperado que as temperaturas fiquem de 2°C a 3°C acima da média dos registros dos anos anteriores na maior parte do país - em estados das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste -, e até 1°C acima da média na região Sul e no norte do Amazonas.
As áreas de Mato Grosso, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí e oeste da Bahia devem ser as mais afetadas, com temperaturas médias superando os 29°C. Mas o calorão também deve atingir em cheio Goiás e o Distrito Federal. Por outro lado, os dias consecutivos de chuva devem amenizar as temperaturas em algumas localidades do sul de Mato Grosso do Sul e parte do Sul do país. Para essas áreas, é esperado que os termômetros fiquem abaixo dos 20°C, ligeiramente abaixo da média para esta época do ano.
A onda de calor deve atingir grande parte do Brasil, abrangendo uma extensa faixa desde o Paraná até o litoral norte da região nordeste. Sendo que na região Nordeste, o agravante do calor é a previsão de tempo seco com áreas recebendo pouca ou nenhuma chuva no decorrer da semana.
Sul
A formação de uma frente fria na quarta-feira deve trazer grande volumes de chuva na região. A média das projeções indicam mais de 200 mm em áreas dos três estados, valores que podem ser superados ao longo do período. Parte dessas instabilidades devem ocorrer na forma de tempestades acompanhadas de algum evento de tempo adverso, como queda de granizo, vendavais e muita atividade de raios – situação que pode ser recorrente ao longo da semana. O amanhecer de quinta-feira (05) deve ter temperaturas mais baixas, especialmente na fronteira sul, com termômetros registrando algo em torno dos 2 a 4°C. Ao mesmo tempo, o norte do Paraná seguirá com uma sequência de dias quentes, com temperaturas perto ou acima dos 38°C.
Sudeste
A semana começa com chuvas concentradas em áreas da faixa central e leste da região. Até a quarta-feira (04) essas instabilidades diminuem, antecedendo a chegada de uma frente fria. Na madrugada de quinta (05), a chegada da frente fria aumenta as condições de chuva em áreas do sul e leste do sudeste, com previsão para temporais localmente fortes. Uma segunda rodada de chuvas deve avançar na região no domingo (08), com possibilidade de chuvas mais abrangentes no estado de São Paulo e sul de Minas. Apesar das condições de chuvas em praticamente todo o período, as temperaturas estarão elevadas, com marcas perto ou acima dos 38°C, sobretudo no noroeste de São Paulo, Triângulo e Norte de Minas.
Centro-Oeste
O cenário é de condições extremas na região, com destaque para o aumento na intensidade da massa de ar quente sobre a região. As projeções indicam temperaturas acima dos 37°C em todos os setores, com picos na previsão de 48°C (que dificilmente acontecerão). Porém isso é um alerta, uma vez que, em muitas localidades as temperaturas serão acompanhadas por índices de umidade perto ou abaixo dos 20% – aumentando o risco de desidratação e déficit hídrico nas lavouras – e nas áreas com umidade elevada – acima dos 60% – a sensação térmica pode ser de mais calor, ocasionando grande desconforto. As chuvas devem acontecer de forma frequente, mas apresentando grande irregularidade na distribuição e volume.
Nordeste
O predomínio será de tempo seco e quente em grande parte da região. Essa previsão indica uma semana de chuvas abaixo e temperaturas acima da média para o período. Essa combinação acelera a perda de água por evaporação e evapotranspiração reduzindo a umidade no solo, o que deve influenciar o avanço das operações e no desenvolvimento das lavouras na região – com exceção da colheita. Apenas setores do leste do nordeste podem receber chuvas mais expressivas, ainda assim com volumes inferiores aos 20 mm no decorrer da semana. Já no interior do nordeste, como em áreas ao norte da Bahia, Piauí, oeste de Pernambuco e Ceará o tempo pode ser totalmente seco.
Norte
As instabilidades devem ocorrer na região norte, mas seguindo um comportamento bastante irregular. Além disso, os maiores volumes devem se concentrar em setores do oeste e sul da região com grande variação nos acumulados previstos (40 a 80 mm). Outro fator de atenção ao longo da semana, são as temperaturas elevadas, que em combinação com a umidade no ar, deve trazer sensação de abafamento. Já em setores do leste, como no Amapá, nordeste do Pará e Tocantins a tendência indica uma semana de menos chuvas.
Material elaborado pelo meteorologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Aline Merladete.
Redação/foto: Climatempo
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