Deputado Eduardo Botelho é de acordo a governo estadual transformar Pronto-Socorro de Cuiabá em Hospital Materno Infantil
A cabeleireira Thamiris Daiane Silva, 28 anos, grávida de
cinco meses, deu à luz pela primeira vez na maternidade pública em Goiânia. Lá,
tudo foi muito tranquilo. Agora, está com receios de realizar o parto do
segundo filho na Capital. Transformar o antigo Pronto-Socorro de Cuiabá em Hospital
Materno Infantil com atendimentos de excelência, em nível ambulatorial e
hospitalar, e ofertar segurança para gestantes como Thamiris é uma das
indicações do deputado Eduardo Botelho, presidente da Assembleia Legislativa
(ALMT), ao governo estadual.
A proposta do parlamentar assegura cobertura especializada
desde o acompanhamento do pré-natal, parto, puerpério (período após o
nascimento do bebê) e assistência integral à criança. Hoje, o Pronto-Socorro
Municipal realiza em torno de 600 cirurgias eletivas triadas pela Central de
Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com os novos hospitais inaugurados pelo Estado, segundo Botelho, “a
unidade pode ficar obsoleta”.
“Não queremos isso. Aí, sugerimos a criação do Hospital
Materno Infantil para o governo. Também recebemos a demanda dos pais, que
elencaram inúmeras dificuldades de conseguir realizar um parto tranquilo. Para
marcar uma consulta com pediatra, por exemplo, eles levam de 90 a 120 dias”,
diz Botelho, que também encaminhou a sugestão para análise do gabinete da
intervenção estadual na Saúde de Cuiabá.
Thamiris, que realiza o pré-natal na Unidade de Saúde de
Família (USF) do bairro Três Barras, sofre com a ausência do serviço
especializado. Recentemente, estava com dores e procurou a unidade de emergência
conveniada ao município. Teve que esperar muitas horas para ser atendida.
“Cuiabá precisa de uma maternidade pública, as grávidas necessitam dessa
segurança. É muito sofrimento ter que fazer o parto normal, porque o SUS não
paga cesárea. Tenho visto e ouvido muitas histórias, que me deixam com medo.
Estou sem saber como será quando chegar a minha vez”, reclama a cabeleireira.
Índices alarmantes
“Espero que o governo entenda a necessidade do Hospital Materno Infantil e o torne uma realidade no futuro”, diz confiante o deputado. A preocupação de Botelho tem respaldo nos altos índices divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No mundo, 287 mil mulheres morreram por complicações na gravidez, parto e no puerpério em 2020. Segundo a OMS, quase 95% das mortes maternas ocorreram em países de baixa e média renda, e a maioria poderia ter sido evitada.
No Brasil o cenário não é diferente. Os números do Sistema
de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, mostram que em 2020,
houve 1.965 mortes maternas. Em 2021, por conta da pandemia, o índice subiu
para 3.030 registros fatais.
Ofertar assistência materno-infantil, com toda estrutura:
leitos, obstetras Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI), serviços de
urgência e emergência, ultrassom e outras clínicas é uma forma de evitar que
Cuiabá aumente os dados nacionais de mortes maternas. Hoje, os partos são
realizados nos hospitais conveniados a prefeitura: Santa Helena, Júlio Muller e
Geral. E o acompanhamento ambulatorial tanto da mãe quanto do bebê é feito pela
equipe multidisciplinar da rede básica de saúde.
“O acompanhamento da gestante deve começar até a 12ª semana de gestação. Além disso, a comunicação entre a equipe da assistência básica e da maternidade deve ser compartilhada para evitar problemas ao bebê e à saúde da mãe. Então, uma unidade exclusiva com toda estrutura hospitalar necessária vai diminuir muito os casos de mortalidade materna e infantil”, explica a enfermeira obstetra, Oriana Frutuoso, que atende cerca de 40 gestantes por mês, na USF Bela Vista, no bairro Carumbé.
Redação/foto: VG Notícias
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