Infecção de ouvido em bovino Gir pode ser controlada graças a estudo
A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig)
está realizando estudos avançados sobre a área parasitária que afeta bovinos da
raça Gir em todo o país. Esta infecção auricular representa um dos principais
desafios para os criadores de gado, pois não apenas reduz o desempenho
zootécnico dos animais, mas também pode levar a complicações neurológicas
graves, resultando na morte dos animais afetados. As informações foram
divulgadas pela própria Epamig.
De acordo com os pesquisadores da empresa, a doença afeta cerca de 90% dos rebanhos Gir no Brasil, mas, apesar de sua alta prevalência, o conhecimento sobre ela ainda é limitado. A otite é causada pela parasita Rhabditis spp., um nematóide que se instala no ouvido dos bovinos e se alimenta, provavelmente, do cerume e de microrganismos presentes no canal auditivo.
Os sintomas típicos incluem disfunção purulenta de odor na orelha afetada, comportamento irritado e estressado por parte do animal, manifestado por movimentos de cabeça incessantes, além de perda de apetite, resultando em queda no desempenho em termos de ganho de peso, eficiência reprodutiva e produção de leite.
Devido à proximidade entre o ouvido interno e o sistema nervoso central, casos graves de otite parasitária podem evoluir para sintomas neurológicos, como paralisia facial, dificuldades de locomoção e convulsões. A formação de abscessos diretos, resultante do acúmulo de pus na região interna da cabeça, frequentemente leva à morte dos animais.
A Epamig está conduzindo o projeto "Rhabditis spp. em rebanhos da raça Gir: ocorrência, isolamento, identificação e cultivo in vitro". O objetivo é realizar um diagnóstico molecular da parasita e avaliar sua prevalência no rebanho Gir da Epamig, localizado no Campo Experimental Getúlio Vargas, em Uberaba (MG).
Os pesquisadores já estão realizando o diagnóstico molecular e o cultivo da parasita em laboratório, além de experimentos planejados com diferentes medicamentos para controlar a parasita. O projeto, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Parasitologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapemig), está previsto para ser concluído em 2025. A próxima fase envolverá a coleta de amostras de todo o rebanho Gir do Campo Experimental Getúlio Vargas para um diagnóstico abrangente.
Redação/foto: Ag. Minas Gerais
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